Foto: Redes Sociais
O atual presidente Jair Bolsonaro (PL) realizou live de despedida na manhã de sexta-feira (30), um dia antes do fim do mandato
Por Lara Alves
Após o silêncio que se seguiu à derrota nas eleições em outubro, o atual presidente Jair Bolsonaro (PL) realizou na manhã de sexta-feira (30) a última live de seu mandato – dois dias antes da posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Em pronunciamento que se estendeu por cerca de 50 minutos nas redes sociais e acumulou mais de 376 mil visualizações em tempo real, Bolsonaro criticou a atuação da imprensa nas eleições, indicou que há “falta de liberdade de expressão” no Brasil e propôs um balanço do próprio governo e do momento político no país – o título da transmissão, inclusive, foi “prestação de contas e atual momento político brasileiro”.
Logo no início da live, o atual presidente criticou o atentado terrorista planejado pelo empresário George Washington de Oliveira Sousa, preso desde o último 25 de dezembro. “Nada justifica essa tentativa de ato terrorista aqui na região do aeroporto. O elemento que foi pego, graças a Deus, tem ideias que não coadunam com nenhum cidadão”, criticou.
Bolsonaro também não deixou de comentar o relatório da Polícia Federal (PF) que indica que ele teria cometido crimes durante a pandemia de Covid-19.
“Em 2020, li um trecho da revista Exame que falava sobre Covid e HIV. Duas linhas. E agora estou sendo processado, estou sendo tratado como criminoso”, disparou. A investigação da corporação encaminhada ao Supremo Tribunal Federal (STF) indica que o atual presidente divulgou notícias falsas ao relacionar a vacina da Covid-19 ao risco de contrair a HIV e estimulou que a população não usasse máscaras.
Balanço do governo Bolsonaro
Ainda no começo da transmissão, Jair Bolsonaro optou por dispôr em tópicos um balanço da própria administração à frente do Governo Federal em movimento que nomeou “prestação de contas”. O atual presidente valorizou a “escolha técnica de ministros”, o “resgate do patriotismo do Brasil” e o “respeito à família”, além da mudança da validade da Carteira Nacional de Habilitação (CNH) de cinco para dez anos, o auxílio emergencial durante a pandemia de coronavírus e a facilitação do acesso ao porte de armas.
“Conseguimos o porte de arma para o homem do campo. Levamos a paz para o homem do campo. O nosso decreto foi uma das ações responsáveis por passar as mortes por ano de 60 mil para 40 mil”, declarou.
Bolsonaro lamenta morte de Pelé
Após decretar luto oficial de três dias pela morte de Pelé, o atual presidente Jair Bolsonaro não deixou de citá-lo na live de despedida desta sexta-feira (30) e classificou o ídolo nacional como “uma pessoa simples que elevou o nome do Brasil nos quatro cantos do mundo”.
“Hoje, o mundo chora o passamento do Pelé, e nós lamentamos também. A mãe dele está aí viva com cem anos, não sei qual é o estado de saúde dela, mas o pior castigo, a pior coisa que pode acontecer com um ser humano é ver um filho ir embora”, disse.